Uma Herança para a humanidade
"Ao lado de Madre Teresa e Edith Stei, a trentina Chiara Lubich é uma das três mulheres mais importantes para a humanidade no século 20". Assim um jornal brasileiro noticiou o falecimento, aos 88 anos, de Chiara Lubich, a fundadora do Movimento dos Focolares, ocorrido no último dia 14 de Março. "Dou graças a Deus pelo testemunho de sua existência, dedicada a escutar as necessidades do ser humano contemporâneo", declarou Bento XVI, em nota.
Nasceu na cidade de Trento em 1920. Em vida recebeu cidadanias
honorárias em várias cidades, inclusive brasileiras,
e muitos prêmios, entre eles o UNESCO para Educação
e à Paz em 1996. Durante a 2ª Guerra mundial, em
Trento, Chiara e algumas amigas fizeram uma "extraordinária
descoberta": Deus é amor. Foi a "centelha inspiradora" do
que se tornaria os Focolares - como reconheceria Papa João
Paulo II -, hoje presente em 182 países e somando 5 milhões
de integrantes.
Chiara Lubich, ao longo de sua vida, deu um grande testemunho de fé e
humanidade, num empenho constante pela comunhão na Igreja, pelo diálogo
ecumênico e pela fraternidade entre todos os povos", afirmou dom Dimas
Lara Barbosa, secret´rio-geral da CNBB, em comunicado da entidade.
Com sua "espiritualidade da unidade" (toda inspirada no Evangelho,
especialmente na oração de Jesus "Pai, que todos sejam um"),
ela notabilizou-se por seu trabalho no campo religioso, social e cultural, e
recebeu, entre outros, os prêmios Templeton pelo Progresso da Religião
(1977) e UNESCO de Educação para a Paz (1996).
Chiara nutria grande amor pelo Brasil, que visitou nas décadas de 1960
e 1990. Nessas viagens veio à tona sua predileção pelos
mais pobres. Foi aqui que ela lançou, em 1991, o projeto Economia de
Comunhão, que "buscou por uma resposta aos grandes problemas sociais
de nosso povo. Essa experiência logo se consolidou e se expandiu, sendo
hoje um modelo de solidariedade e de serviço aos mais pobres em todo
mundo", continua o comunicado da CNBB. E por isso ela foi agraciada pelo
governo brasileiro com a Ordem do Cruzeiro do Sul.
Chiara Lubich partiu para o Paraíso deixando como herança para
a humanidade uma extraordinária obra de amor", reconhecem políticos
brasileiros ligados ao Movimento Político pela Unidade, também
fundado por ela.
O mundo acadêmico reconhece em seu pensamento princípios de uma "cultura
da fraternidade", tendo lhe conferido títulos de doutora honoris,
causa em teologia, filosofia, economia, ciências humanas, artes, entre
outros campos do saber.
Na missa de suas exéquias, celebrada na Basílica de São
Paulo Fora dos Muros (em Roma) pelo secretário de Estado do Vaticano,
cardeal Tarcisio Bertone, milhares de pessoas - inclusive dirigentes de outras
denominações cristãs e de outras religiões - lotavam
a igreja e o entorno para seu último adeus a Chiara.
O cardeal, representando o papa, encerrou as homilia recordando uma passagem
na citada por Chiara como se fosse seu último desejo: "No teu dia,
meu Deus, caminharei em tua direção... e com o meu sonho mais
desvairado: levar a ti o mundo em meus braços". Esse é o
sonho de Chiara. Seja esse também nosso anseio incessante: Pai, que
todos sejam uma coisa só, para que o mundo creia' .
Esta curiosidade nos foi enviada por uma associada do CTSP para ser publicada neste site. Agradecemos a Sra. Christina B. de Petri pela iniciativa!